Estudantes coreanos tiram a própria vida por pressão escolar
No dia 21 de junho de 2025, uma tragédia abalou a cidade de Busan, na Coreia do Sul. Três estudantes do ensino médio foram encontradas mortas no jardim de um conjunto residencial. Segundo as autoridades locais, as adolescentes teriam tirado a própria vida devido à intensa pressão acadêmica.
As jovens, todas colegas do segundo ano da Escola Secundária A, em Busan, foram encontradas inconscientes por volta da 1h39 da madrugada. Elas foram levadas com urgência ao hospital, mas infelizmente não resistiram.
De acordo com o comunicado conjunto da Agência de Polícia Metropolitana de Busan e do Escritório de Educação de Busan, câmeras de segurança mostraram as três entrando no elevador do prédio às 23h42 da noite anterior, subindo até o 20º andar. Nenhuma delas morava no local.
As autoridades confirmaram que elas eram amigas próximas. Duas das jovens deixaram cartas de despedida, nas quais relatavam o sofrimento causado pela pressão acadêmica e pelo esgotamento emocional. Não há indícios de bullying escolar ou agressão física, segundo os primeiros relatórios.
O impacto da pressão escolar na Coreia do Sul
A Coreia do Sul é conhecida por seu sistema educacional extremamente competitivo. Estudantes sul-coreanos enfrentam longas jornadas de estudo, que muitas vezes se estendem até altas horas da noite em cursinhos, além da forte cobrança por resultados em exames como o Suneung, o vestibular nacional do país.
Embora o desempenho educacional dos alunos coreanos seja frequentemente elogiado internacionalmente, essa cultura de excelência pode ter um alto custo emocional. O caso das estudantes de Busan levanta novamente a urgente discussão sobre a saúde mental dos jovens na Coreia.
Medidas emergenciais e apoio psicológico
Em resposta ao ocorrido, o Escritório de Educação de Busan montou uma força-tarefa conjunta para investigar a tragédia. No dia 21, às 10h, uma comissão de gestão de crise foi convocada na escola das alunas, sob a liderança do superintendente de educação da região.
Supervisores escolares foram enviados aos três hospitais onde estão sendo organizados os memoriais das estudantes, com o objetivo de apoiar as famílias. A escola também iniciou discussões sobre como oferecer acolhimento psicológico a colegas, professores e demais funcionários impactados pelo ocorrido.
Esse triste episódio reforça a necessidade urgente de se repensar a relação entre desempenho escolar e bem-estar mental. Em um país que valoriza tanto a educação, é fundamental que políticas públicas e iniciativas escolares priorizem também o cuidado emocional dos estudantes.
Falar sobre saúde mental ainda é um tabu em muitas sociedades — e, na Coreia do Sul, esse silêncio pode custar vidas. A esperança é que tragédias como essa não sejam ignoradas, mas sirvam como ponto de partida para mudanças reais.
cr:allkpop
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